terça-feira, 13 de maio de 2008

O filme não parou...

E muitos, muitos dias depois estou de volta!

O filme não parou! Ainda que as estranhas e impraticáveis regras da RTP tenham ameaçado a continuidade do Anthero. Não é fácil para uma produção que tem sede nos Açores ter um orçamento gerido em Lisboa.

A vida tem sido muito complicada e a conta disso já perdemos o nosso produtor...já perdemos a hipótese de ter na próxima semana o restante guarda-roupa de época.

Mas o Zeca não baixa os braços de forma alguma. É um lutador...um sonhador e nos tentamos aguentar este projecto de pé.

As últimas dus semanas foram passadas a gravar todas as cenas onde entra apenas o nosso Anthero (Raúl Resendes)...mas essas cenas estão, agora, praticamente concluidas...e agora que se segue? Vamos parar? Vamos voltar a grvar stock-shots enquanto não chega o resto do guarda-roupa ou vamos fazer como o César Monteiro ? A moral da equipa oscila permanentemente...

Voltem a seguir este blog e não percam as cenas dos próximos episódios...

terça-feira, 22 de abril de 2008

Dia 5

Dia de recolha de imagens da doca de Ponta Delgada. Infelizmente a movimentação de barcos hoje tornou a doca menos expressiva, esperemos que tenha compensado o risco de entrarmos no edifício das Finanças :-) para ter o ponto de vista de uma varanda para a doca.

À noite fizemos uma gravações-teste com o actor Raúl Resendes contra uma projecção de fundo. Infelizmente (mais) um percalço atrasou a montagem do equipamento (o projector de vídeo e a tela).


Na foto o nosso câmara José Fonte.

Dia 4

No quarto dia de gravação saimos em direcção as furnas para gravar a cena do “cavaleiro” baseada no poema Mors-Amores.

O dia estava bastante nublado (com aquele típico nevoeiro das Furnas) o que ajudou a conseguir um efeito ainda mais onírico na cena. O nosso cavaleiro stuntman foi o Carlos Elias que cavalgou um dos seus belos cavalos que, por ser ainda novo, se mostrou algo nervoso no início o que obrigou a repetição de muitos takes. Mas muitas cavalgadas depois acho que se conseguiu uma série de boas imagens que depois de montadas irão fazer desta uma das cenas mais bem conseguidas do filme. Ficam aí umas fotos do cavaleiro e no nosso perchista Carlos Rijo na captação de “som ambiente”.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Dia 2 e 3

Continuamos com o horário 15h-23h. Ontem cheguei tarde e sai de imediato para a festa da cerveja.hehehe! Por isso não houve post. De manhã fomos até à vila de Capelas recolher algumas imagens da maresia. O vento não nos facilitou nada a tarefa, primeiro porque tornava muito difícil fechar os planos (o vento mexia com a câmara e quanto mais fechado está o plano mais se nota os tremeliques) e depois porque nos roubou a placa de esferovite para balanço de brancos e que acabou desfeita no calhau.

Depois do jantar fomos para os estúdios da RDP para gravar alguns off’s do personagem Anthero Quental (Raúl Resendes). Basicamente esta noite serviu mais para limar alguns pormenores técnicos relativamente ao som. O Raúl aproveitou para praticar o off .

Dia 3. Encontro na RTP às 15h para às 16h estarmos na doca de Ponta Delgada. Objectivo sair para o mar dentro do rebocador São Miguel para captar algumas imagens que serão usadas numa sequência que se passa no interior de um barco em dia de mar bravo.

O mar estava realmente bravo e o rebocador (a nosso pedido) não foi nada meigo. Confesso que sou fã do mar e não me lembro da última vez que enjoei, mas acreditem: hoje foi dureza!!! Houve alturas que foram necessárias três pessoas a segurar o tripé e a câmara. O equipamento de controlo de imagem por pouco não se espatifou todo chão. Muitas caras brancas (a minha uma delas) na equipa. Os marinheiros várias vezes disseram que aquilo “não era nada!”.

Neste momento estou na minha pausa de jantar. Depois voltamos para a RDP onde desta vez vamos fazer alguns testes de câmara para uma sequência que será gravada lá.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Dia 1

15h00 Hora marcada pela produção para encontro da equipa (oportunamente coloco um post com a lista da equipa) na RTP.

Parece que o “simplex” do Sócrates ainda não chegou a RTP/Açores e uma série de burocracias teimam em querer atrasar o início da rodagem. Mais que nunca está tudo centralizado em Lisboa e parece que o conceito de “novas tecnologias de informação” ainda não faz parte deste Conselho de Administração.

Uma mini-equipa prepara o equipamento necessário para a gravação de uns “stock shots” (que é como quem diz imagens de paisagem que serão utilizados numa cena gravada posteriormente). Como a luz hoje estava mesmo boa o Zeca decidiu ir gravar para os Mosteiros fazendo antes uma paragem nas Sete Cidades.

Caos! O que se seguiu foi o caos no parque de estacionamento da RTP! Agora que se consumou a união (de facto ao que parece) da RDP com a RTP aumentou a família mas não aumentou a casa. Além do facto de os carros dos funcionários já serem mais que muitos para o espaço em questão ainda lá estão dois carros régie (um deles literalmente podre) naquilo que parece ser uma tentativa de ilustrar a futura intenção de vir a transformar – de facto – aquela casa num museu.

16h40 - Finalmente saímos em direcção às Sete Cidades. Foi decidido fazer uns planos na zona da península. Tentou aproveitar-se para captar algum som ambiente (os passarinhos hoje chilreavam mais melodiosamente que nunca!) mas aquela é uma zona complicada para a captação de som. Os carros que descem ao chegar a zona da ponte (em calçada) fazem sempre barulho. Se não são os carros, são as máquinas de lavoura. Se não são as máquinas de lavoura é alguém que decide ir espreitar o que estamos a fazer. Apesar de tudo conseguimos algum bom material.

17h45 – Saída para os Mosteiros. O fim de tarde prometia um belo pôr-do-sol por isso o Zeca quis ir captar umas imagens à praia dos Mosteiros. Praia + Ilhéus + Pôr-do-sol = Uma Boa Imagem. Como o dia estava mesmo bom só tivemos pôr-do-sol às 20h15. Aproveitamos para nos colocarmos todos a par da actual situação do projecto e do estado do material disponível (é necessário estar constantemente a improvisar...hoje foi com a munição de imagem). Bom material. Não sei se saiu exactamente como esperávamos porque o monitor do controlo de imagem era assim uma coisa que dava para desconfiar...

21h – Chegada à RTP. Amanhã saímos a mesma hora. Ahhh! tenho de tratar de arranjar fotos de finais do séc XIX de Ponta Delgada. Até amanhã...isto promete!

(a foto não é minha!)

terça-feira, 15 de abril de 2008

Ant(h)ero Quental

Um filme tem sempre um assunto e um personagem principal. “Anthero – O Palácio da Ventura” é uma obra de ficção inspirada em factos documentados da vida de Antero de Quental.

Convém desde já explicar que “Anthero” é a grafia original do nome “Antero”.

Para quem não sabe quem foi este senhor ficam aqui umas notas biográficas retiradas da wikipedia.

"Antero Tarquínio de Quental (Ponta Delgada, 18 de Abril de 1842 — 11 de Setembro de 1891) Nasceu na ilha de S. Miguel, Açores e desde de jovem destacou-se pelas suas opiniões revolucionárias e pela forma de estar na vida. Lutador e muito congruente com os seus ideais socialistas.

Antero espalhou saber pela poesia, filosofia e política. O açoriano estudou direito em Coimbra, onde brilhou como líder estudantil. Foi o guia espiritual da geração de 70, um agitador político a “full-time”, que se afirmou pelo desejo de intervenção e renovação da vida política e cultural portuguesa. Tinha uma personalidade complexa, que oscilava entre a euforia e a mais profunda depressão, acabando em suicido."

in http://pt.wikipedia.org/wiki/Antero_de_Quental

Anthero - O Palácio da Ventura

Este é o título do próximo telefilme de Zeca Medeiros para a RTP.

Gravar é uma aventura diária. Gravar um telefilme na RTP-Açores é o equivalente no mundo do desporto aos denominados “desportos radicais”. É uma equipa de destemidos e apaixonados que, finalmente, vai arrancar as gravações já na próxima quarta-feira (16 de Abril).

Aqui vou dar conta, durante os próximos meses, dos passos diários da fase de produção deste telefilme.

A quem nos acompanhar “bem-vindos” a bordo!